A Vida!!! Essa caixooona de surpresas!

Oi geeeente, demorei mas voltei, rapidão porque não estou tendo muito tempo e disposição pra ficar na frente do pc, sentada, digitando... o sono me consome ultimamente... @.@

Pra quebrar o assunto da vez passada vou falar do maior presente que recebemos: a vida!!!

Viver nos dá oportunidades únicas de evoluir, errar, acertar, se desculpar, perdoar, fazer muito por muitos e fazer muito por você também.

Não há como falar da vida sem falar de gerar a vida.

Meu sonho sempre foi ser mãe, e logo na adolescência descobri que tinha probleminhas nos ovários. E vamos lá tratar. Foram anos de tratamento, o problema melhorava e voltava.

Quando descobri o problema fiquei triste porque pensei que talvez não pudesse nunca ser mãe, mas aos poucos fui descobrindo que meu problema, se tratado direitinho, permitia sim que eu pudesse gerar uma vida, mas podia ser que no momento que eu quisesse não conseguisse, seria apenas questão de paciência.

Coloquei na cabeça que adoção estaria nos meus planos e que se eu não me casasse ou namorasse sério, também tentaria de algum outro jeito ser mãe, porque esse sempre foi meu maior sonho.

Sonhava que eu estava barrigudinha, que o bebê nascia, que eu o tinha nos braços, e acordava encantada, suspirando pra lá e pra cá, desejando que aquilo fosse verdade um dia.

Há quase 3 anos atraz, em dezembro, recebi o presente de natal da minha vida: um positivo! XD Não acreditava que era isso mas era, fui fazer um exame de laboratório e estava grávida. Ao mesmo tempo em que chorava horrores numa mistura absurda de sentimentos agradecia sem parar em vóz baixa: obrigada Deus, obrigada, obrigada...

A gestação foi tranquila, o que pegou foi o psicológico. Eu já estava bem melhor da deprê e por isso bem preparada pra enfrentar tantas mudanças. Mas foi barra porque as mil fantasias que a gente cria quando ainda não passou por isso de verdade vão sumindo conforme a realidade vai se mostrando.

Há inseguranças, incertezas, muitos medos, escolhas a se fazer. Me casei com um barrigão de 7 meses porque decidimos adiantar tudo com a chegada meio que inesperada de um bebê, queríamos enfrentar tudo juntos, criar juntos, participar juntos, compramos casa, vendemos moto, casamos, viemos prum bairro longe dos pais, saímos da asa da mãe, tivemos que nos virar sózinhos, enfrentar totalmente o desconhecido.

Aí chegou o dia do parto, que na verdade começou 2 dias antes! ¬¬ Dores, dores, contrações, contrações, tudo falso. Falso trabalho de parto, vai pro hospital, volta pra casa, toma buscopan, continua contração, passa 2 dias e aí sim, fui internada. \o/

Foram 13 horas e meia no hospital, passando por todas as intervenções que eu tanto temia, entre elas, soro, episiotomia, rompimento forçado da bolsa, e o temido fórceps. Passei por um dia do terror de verdade, e quando achei que ia morrer ela nasceu. Maior do que esperávamos, mais cabeluda do que parecia no ultrassom, forte e decidida, só parou de chorar quando encontrou os braços da mãe. ^^

Todo o dia do terror acabou alí, com aquele bebezão pendurado de ponta cabeça na minha frente dando seus berros!! XD A dor das agulhas suturando os pontos já nem incomodava (tá, incomodava sim >.<) E o pior dia da minha vida me trouxe meu maior presente.

Começava alí várias novas vidas: a do bebê, a do pai, a minha, a dos avós, a dos tios... Todo mundo estava envolvido naquele novo ciclo, um novo ser que chegaria pra alegrar, atormentar, bagunçar, surpreender os dias detodo mundo!!! ^^

Pra mim foi difícil, eu que sempre fui moleca, criançona, livre, sem parada, estava alí inchada, com dores, dificulades pra amamentar, sendo firme e aguentando os seios machucados, ponto inflamado, a grande pança que sobrou (a cinta nem me cabia), presa em casa, sem dormir por várias noites, e nem sempre tendo um amigo pra conversar, porque assim como eu passava por tudo isso, o pai passava por muita mudança também e tendo horário pra entrar no trabalho!! kkkkkk

Mas os meses vão passando e tudo vai voltando ao normal, o peso, os passeios, o trabalho, os amigos em casa, a gente na casa dos amigos. A dor do dia terrorista no hospital já começa a parecer um sonho (pesadelo) e o medo de enfrentar tudo de novo vai diminuindo e a gente passa a pensar na possibilidade de um dia, talvez, gerar uma segunda vida! ^^

Aquela vida vai crescendo e mostrando cada vez mais sua personalidade. Vai aprendendo tudo e trazendo mil alegrias e responsabilidades!! Vira nossa companheira inseparável e já não conseguimos mais imaginar a vida sem ela.

Quando fica doente choramos e pedimos a Deus pra trocar de lugar com o filho e ficar doente no lugar dele. Pena que não é possível, ele tem, desde cedo, suas pedras no caminho pra vencer.

Ter filhos, não importa se é do sangue ou do coração, é uma tarefa pra lá de árdua, porque não basta ter, temos que educar, ensinar a viver e amar com todo coração.

Viver é construir história. Quanto mais história você tem pra contar, mais vida você está aproveitando. Aceitar os presentes que a vida nos dá é nosso grande desafio e vai depender de nós termos recompensas boas ou ruins.

Dias atráz eu me sentia mal e fui ao médico. Fiz vários exames e entre eles um ultrassom, porque sempre tive que controlar o tal probleminha nos ovários. As dores voltaram e lá estava o problema, dessa vez um pouco mais complicado. Se o tratamento com remédiso não resolvesse teria que partir pra cirurgia. Isso nunca tinha acontecido e eu fiquei triste (assim como quando soube na adolescência que tinha tais probleminhas).

E aí antes de iniciar o tratamento fui, por desencargo de consciência, fazer um exame de laboratório pra descartar a hipótese de gravidez (que era mínima meeeesmo).

E lá estava eu vendo o resultado: tremendo, coração na boca, chorando, tudo de novo, abobada que nem barata tonta.

Dessa vez não era época de natal, mas segundo os cálculos chegará nesse mundão no mês de junho, meu aniversário!!! XD

E mais uma vez a vida, essa caixooooooooona de surpresas, me prega uma peça. A alegria é grande e o presente super bem vindo. O problema no ovário sumirá por ora porque, segundo minha médica, alimentará o bebê enquanto ele não atinge tantas semanas. A natureza é sabia de mais.

E pra quem, como eu, sonha em ser mãe/pai um dia deixo um recado: querer ter um filho não pode se resumir em querer sentir uma barriga crescer, comprar coisinhas, decorar um quarto, e depois ter aquele bibelozinho lindo e cheiroso nos braços atraindo todos os elogios do mundo.

Ser mãe/pai é muito mais que isso, é um compromisso pro resto da vida, que começa alí, no dia que você lê o positivão no exame de laboratório e não acaba nunca mais.

Ensinar uma outra vida a viver é trabalho de amor, puro amor e responsabilidade, e independe se o filho sai da gente ou vem de fora.

Adotar é muito lindo e algo que deveria ser pensado por todo ser humano. Querer ser mãe/pai vai muito além do sangue, é o maior ato de amor que existe.

Ter um filho de sangue e não dar mínima pra ele quando ele começa a crescer, chorar, perguntar, desobedecer, aprontar, não adianta nada.

E com tantas crianças nesse mundo precisando de pais, seria legal que mais pessoas parassem de insistir tanto nessa história do sangue e pensassem mais com o coração.

O amor de quem adota muitas vezes é maior ainda do que quem dá a luz, pode ter certeza.

Que a vida seja bela pra todos vocês e que essa caixa de surpresas possa trazer muitas alegrias, inesperadas e esperadas, nas suas vidas!!! E se ela por acaso trouxer dificuldades, que consigam enfrentar com positividade e fé porque toda fase difícil nos prepara pra próxima fase que virá em seguida.

E bóra viver tudo de novo, torcendo pro próximo parto ser que nem de animal dando cria: o mais natural possível!!! XD

Beijos em dobro e até a próxima!!! ^^V