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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Retornando! =D

Oláaaa Pessoas!! Voltei! =D

O post abaixo é meu relato de parto, o segundo, pois o primeiro parece filme de terror e por esse motivo não vou publicá-lo assim pra galera! kkkkk Só posso dizer que ele também teve um final feliz e isso basta! Alana está aí linda e fofa pra comprovar isso!! ^^

É longo mas espero que leiam com o coração e q minha experiência sirva de incentivo a muitas mães q ainda vão parir!!! E a muitos pais q deve apoiá-las a ter parto normal que é melhor pra todo mundo!! =D

Um abraço a todos, vou nessa, meu bebê acordou! =D

Até mais! ^^

Minha Segunda Viagem à Partolândia! =D

Relato de Parto do Miguel.

Pra começar dá vontade de falar lá do começo da gravidez, o pequeno repouso com 8 semanas, o susto do primeiro ultrassom com 11 semanas e meia, o sangramento com 13 semanas, e as contrações e dores constantes por toda gravidez, evidenciando que Miguel nasceria antes da hora. Mas eis que passamos de 40 semanas e nada, pela Dum já passava de 41 semanas.

Preocupada fui ao hospital dar uma checada na terça-feira dia 21/06, estava com 2 dedos de dilatação, líquido amniótico limpinho e abundante, coração do bebê tudo ok e segundo o médico até o fim de semana Miguel nasceria e de parto normal.

Cheguei em casa e as dores começaram a aumentar, mas nada tão diferente do que eu havia sentindo há várias semanas. Nesse mesmo dia comecei a tomar chá de canela e à noite fui fazer compras no supermercado! Kkkkkkk Andei pra caramba e a cada contração dava aquela abaixada discreta, fazia aquela careta e seguia em frente.

Durante a madrugada de terça pra quarta, enquanto dormia, as dores começaram pra valer. Eu estava dormindo, mas algo incomodava até que acordei no meio de uma longa contração e resolvi levantar. Não dava mais pra dormir, ficar deitada era pior!!! Fui pra cozinha comer e comecei a pensar: tá chegando a hora!!! ^^

Amanheceu e as dores continuavam irregulares, mas já de 6 em 6 minutos. Nossa, seria rápido assim dessa vez? Mas logo foram se espaçando e passaram a ficar de 12 em 12 minutos... e eu comecei a ficar preocupada. Poderia demorar. ¬¬

Minha mãe veio em casa me ajudar, pois as dores estavam fortes e eu fazia muitas caras e bocas, o que não era muito legal pois minha filhinha de apenas 2 anos e 10 meses se assustava com aquilo. Eu até disfarçava, mas era impossível não dar boas contorcidas em cada contração. E dá-lhe chá de canela e agachamentos!! kkkkkkkk

O dia foi passando, a noite chegando e as dores bombando. Lá pelas 19:00 já estavam de novo de 6 em 6 minutos, de 5 em 5, e muito fortes. Amigos me ligavam e me chamavam de louca por estar em casa com dor desde a madrugada, diziam que era pra eu ir pro hospital correndo que meu filho ia nascer em casa, quem deeeeeeeeeera eu dizia, agradecia a preocupação, mas sabia que o melhor era esperar contrações de 3 em 3 minutos, pois o trauma que tive no parto da Alana não iria se repetir se eu chegasse no hospital já dando a luz! XD

Meus pais foram embora assustados com a intensidade das dores que eu estava tendo, andava me apoiando nas paredes quando vinha uma contração mas quando passava era só alegria. Desde manhãzinha eu estava anotando os horários que as contrações vinham e quando percebi já estavam de 4 em 4, 3 em 3, 4 em 4 minutos de novo... Uau, tava evoluindo rápido agora!!!

Liguei pros meus pais que acabavam de chegar na casa deles e pedi que voltassem, pois estava chegando a hora de ir pro hospital, finalmente! Eles vieram ficar com minha filha, que mal sabia o que estava acontecendo, apesar de eu ter contado a ela que Miguel estava chegando e que eu ia buscar ele já já!! XD

De repente uma vontade de ir ao banheiro... e agora? Com contrações de 4 em 4 minutos e em casa, eu deveria me arriscar ou não?! Me arrisquei com contrações e tudo, e gritava lá do banheiro pro meu marido anotar os horários na agendinha! Kkkkkk

Mesmo naquele estado deu tudo certo, mas não foi nada fácil pois as contrações śo pioravam. Quando saí do banheiro elas estavam de 3 em 3 minutos e eu já não aguentava mais, gemia de dor e sentia um pouco de força involuntária junto.

Hora de ir, marido pegou a mala, eu abracei minha filha, tiramos umas fotos da minha cara de dor com a mala e a filha ao lado e só aí é que fomos. Eram 22:20 de quarta feira, dia 22/06. Enquanto o carro andava eu ia telefonando pra algumas pessoas, contando que tava indo pra maternidade, pedindo que rezassem por nós, pra que desa vez tudo fosse mais rápido. Cheguei no hospital e entrei caminhando devagar. Me ofereceram cadeira de rodas mas eu preferí ir andando por todos os corredores, subi 2 lances de escada e ia só torcendo pra ter dilatado tudo em casa, eu tinha que ter fé, dessa vez tudo ia ser melhor.

Fui atendida por uma enfermeira boazinha, mas tive que esperar um pouco pela médica. Assim que a médica chegou eu tava tendo uma contração. Ela viu meu estado, me examinou e fez aquela cara de surpresa!!! Eu aflita perguntei se estava dilatando bem e ela disse: já está com 8 dedos!!!! Eu dei um grito de alegria na cama, disse “Graças a Deeeeuuuusssss” e comecei a rir frenéticamente! Kkkkkkkk Nem eu acreditava que tinha conseguido dilatar 8 dedos em casa, aguentando a dor que era suportável, ao lado da minha família, comendo, descansando, rindo, tomando banho, no conforto do lar doce lar! Nada melhor!!

A médica também era um amor, disse que pelo jeito em uma horinha já estaria comMiguel nos braços, mas que iam me colocar no soro (nãaaaaaaaaaaaaaooooooooooooooo >.< maldição... pra quê se eu já estava dilatada 8 dedos?????) Mas era SUS, não teve conversa, ia pro soro e pronto. ¬¬ A enfermeira fez a tricotomia também contra minha vontade, e eu só suportei essas imposições porque elas eram simpáticas e conversavam comigo o tempo todo, eu estava me sentindo bem.

Chamaram meu marido e explicaram a situação, ele sorriu ao saber que eu tinha dilatado tudo aquilo, nos despedimos e ficou me esperando lá fora da maternidade. Infelizmente o hospital da minha cidade não permite acompanhante pelo SUS. Sim, há uma lei, mas pelo visto ela não funciona e brigar nessa hoda da vida era tudo que eu não queria...

Vestí aquela camisola feia pra burro e fui com a enfermeira corredor adentro. Cheguei na sala de pré-parto, vaziaaaaaaa, aquele vento frio da noites de junho entrando pelas janelas que estavam abertas, os leitos todos arrumadinhos com lençóis esticadinhos e aquele silêncio aterrador, nenhuma grávida, nenhuma mãe, ninguém comigo. Era eu, Deus, Miguel e o frio...

Logo chegaram duas enfermeiras e começaram a preparar o soro. Essas mal olhavam pra mim pra falar comigo... foi um remédio aqui, outro remédio alí e por fim o soro com ocitocina. Remédio pra que? Eu não to doente, só vou parir!!!!!!!!!! Ma o pior mesmo foi o lugar onde a bendita enfermeira colocou o soro, na lateral do meu pulso esquerdo... ah, vá tomar banho!!!! Vou ter parto normal, fazer força, me movimentar e usar as mãos pra segurar no ferro e a mulher me coloca o soro bem alí??? Já comecei a ficar mais tensa...

As contrações começaram a aumentar e em pouco tempo eu estava revivendo o filme de terror no meu primeiro parto. A cada contração eu urrava, me batia, me desesperava, quase perdia a consciência até que passava, e em pouco tempo começava tudo de novo.

Logo entra uma médica, mas não era a médica gente fina que me examinou, era outra, bem antipática, seca e estúpida. Lá estava eu nas mãos de Deus de novo... porque só por Ele mesmo. Ela me orientou a não gritar porque se não não faria a força certa, assim como as enfermeiras que diziam pra eu fazer força de cocô (???????????) pro meu filho nascer, olhavam e diziam: vamos lá, não to vendo nada aqui ainda... Como assim? Queriam mesmo que meu nenen nascesse alí na sala de pré-parto? Sim, era isso que queriam. Aquela hora da noite, plantão noturno, todo mundo nem aí e eu, a única parturiente, pra tirar o sossego delas!!! Queriam mais é que saísse logo pra voltarem a descansar. Mas não vou entrar nesses detalhes agora porque esse assunto é longo e minha revolta com gente que está trabalhando sem vontade sendo que nem deveriam estar trabalhando então, é grande!!!!

A médica veio estourar minha bolsa, com aqueeeeeeeeela delicadeza. Ela chacoalhava tanto minha barriga que achei que Miguel sairia pelo umbigo!!! Fora as chuchadas que ela dava pra água sair rápido, mesmo em meio às contrações, urros e desespero meus.

Depois disso o bicho pegou de verdade, eu quase chorava mas eram apenas urros. Comecei a entrar na partolândia, meu universo desaparecia e eu parecia desmaiar, sussurava frases meio sem sentido e até minha vóz não era a mesma. A força vinha sózinha a cada contração e eu fui entendendo que tinha que controlar mais toda aquela dor e forçar junto, mesmo que com pouca intensidade, pois seria melhor. Quando passei a ajudar a força natural do meu corpo, as dores ficaram mais suportáveis, no entanto era mais aterrorizante a sensação, parecia que meu corpo queria explodir todo pra baixo de mim e era impossível evitar.

O que mais assustava era a solidão, a médica vinha, examinava, me dizia que eu estava fazendo força errado (VSF kkkkk), pediu pra eu parar de urrar se não a força se esvairia pela minha boca... mandou que eu fizesse força de boca fechada e sentindo raiva, pois só assim ele ia nascer, ¬¬ sem comentários, e ia embora de novo.

Eu pensava em Deus e nos meus amigos dos céus, nos mortos, nos vivos, nos anjos, no meu anjo da guarda e me sentia acolhida. Conversava com Miguel, e dizia pra ele vir logo. Ao mesmo tempo que me desesperava quando começava outra contração, queria que ela viesse mesmo pra ele vir logo.

Passava bem de meia noite, já era quase 1 hora do dia 23 de junho, e apenas mais um dedo dilatado. Que demora, estava tudo indo tão bem até eu chegar no hospital!!! Deve ter sido o estresse todo que estavam me fazendo passar... mas até que a médica voltou dizendo que faltava pouco pra eu ir pra mesa de parto, examinou e de novo me largou lá sofrendo. Eu inconformada forcei, forcei e foi piorando, até que passei a sentir que realmente ia explodir!!! >.< Voltei a urrar, pois era imposível não fazê-lo.

Nisso a médica e as enfermeiras voltaram (lentamente ¬¬) com meus gritos, me examinaram de novo e a doutora disse que seria agora!!! Eu finalmente estava com 10 de dedos de dilatação (3 horas depois >.< kkkk) estava praticamente dopada, desacordada, fora de mim, já não conseguia controlar meu corpo, minha vóz, minha respiração... partolândia total! Kkkkkkk

Pediram pra eu levantar, mas eu não conseguia nem sentar na cama, eu pedia pra esperarem um pouco mas elas insistiram pra eu levantar... fui no meu rítimo até o chão (não sei como saí da cama) e estava praticamente sentindo que ia desmontar... trouxeram uma cadeira de rodas, mas eu não conseguia sentar poxaaaaaaaa... tinha algo enorme alí no meio do meu quadril prestes a sair de mim, como eu ia sentar??????????? Que gente mais sem noção... Nessa hora eu já estava sem vóz. Subi na cadeira mas fui apoiada com as mãos, sem sentar.

E logo estava eu na mesa de parto, não sei como subi alí. Era gelada, tinha as luzes de nave espacial que ficavam acima de mim, e de repente eu lembrava de novo do meu primeiro parto... Jesus... era agora, tinha que ser diferente...

Veio outra médica (uma terceira já) que também parecia meio estressada. Me orientou a fazer força, se preparou na minha frente e na primeira contração que me veio alí na mesa de parto já fiz uma força enorme daquelas que amortecem tudo!! Sentí queimar, as pernas tremiam muito, mas eu tinha que continuar... outra vontade de fazer força e eu mandei ver, prendi a vóz, a respiração e forcei tudo que pude! Nisso senti algo passar forçando tudo lá embaixo, era a cabeça do Miguelito!!! XD meu Deus, que doideeeeeeeira!!! Dessa vez não havia um fórceps como da primeira vez pra atrapalhar, era eu e ele, parindo e nascendo, sózinhos, como a natureza diz. ^^ Aí minha felicidade me ajudou na terceira força que veio, forceeeeeeeei e pá, o corpo foi escorregando, escorregando, até que saiu todo!! MIGUEL NASCEEEEEEEEEEEEEEUUUUU!!!! Obrigada Deus, obrigada Mãe Natureza, eu consegui...

Sorrí muito, quase sem ar e toda amortecida, mas parei porque não ouvi meu bebê chorar. Pedí pra ver ele, pra levantarem ele pra mim ver, mas a médica parecia nem me ouvir. Perguntei do chôro, cadê o chôro? Porque ele não estava chorando??? Ninguém respondia, até que segundos depois ouvi o chorinho rouco dele, que não parou mais. Graças a Deus, de novo!!! ^^ A pediatra o levou pra pesar, medir, limpar, etc, enquanto isso a médica já segurava a placenta que saiu logo em seguida sem que eu nem percebesse.

Tomei umas picadas de anestesia local e comecei a tomar os pontos da episiotomia. A médica mais parecia uma açougueira de tão estúpida que era. Senti toda dor dos pontos, das agulhadas e repuxadas que ela dava, eu dizia "ai" a toda hora mas ela não tava nem aí... Passei a tremer muito durante as costuradas e não parava mais, era um frio muito grande, intenso, que não passava, e a tremedeira foi ficando incontrolável. Mediram a minha pressão e ela estava alta, mas eu só me importava em continuar ouvindo o chorinho do Miguel na sala ao lado... que lindo! ^^

Logo a pediatra veio conversar comigo, ainda na mesa de parto. Disse que ele era lindo e saudável, que estava tudo bem com ele e que nasceu com uma circular de cordão, por isso não chorou na hora que nasceu e estava com um roxinho no rosto, mas que ia passar logo, que estava tudo bem. Me assustei, mas logo agradeci a Deus porque tudo deu certo no final! Meu nenenzão nasceu pesando 3.700 kilos, com 51,5 centímetros. APGAR 8 - 9

Logo me passaram pra maca e fui levada pro quarto da maternidade. Mais um pouquinho e Miguel chegou no quarto também, trazido pela enfermeira. Foi logo pro meu peito e mamou tranquilo. Era lindo, sereno, e a cara do meu marido e minha filha, não tem nada de mim! Kkkkkkkkk

Logo meu marido foi avisado e entrou pra nos ver. Agora era só felicidade, acabou, passou e Miguel estava alí entre nós. Nasceu às 2:08 da madrugada de quinta-feira, dia 23/06/2011, do signo de câncer, no inverno, no mesmo mês que a mamãe (faço niver dia 12/06), de 41 semanas e 5 dias pela DUM e de 40 semanas e 5 dias pelo ultrassom.

Dormiu a madrugada toooooooooda e nem queria mamar mais. Mamou muito depois e dormiu o dia todo de novo. Tivemos alta no dia 24 ná hora do almoço. Tudo que a gente deseja é voltar pra casa com a cria nos braços e assim foi com a graça de Deus. ^^

Hoje ele está com 3 meses, lindo e gorduchinho, mamando muito só no peito, muito esperto e sorridente, nos dando muitas alegrias todos os dias.

Eu sofri muito na recuperação pós parto, chorei muito, tive dor e machucados ao amamentar, mas com muita força de vontade superei tudo e hoje é só alegria!

É triste que o hospital da minha cidade assim como muitos hospitais pelo Brasil, ainda estejam longe de se tornarem humanizados, respeitando as vontades da mãe que vai parir, que está num momento frágil, muitas vezes assustada com o desconhecido e sózinha. Mesmo assim deu tudo certo e apesar dos pesares e de todas as intervenções que sofri, pude me sentir guerreria em enfrentar tudo de novo apesar do medo que me aterrorizava, e parir sózinha meu filho, com toda minha força. Não retiro a importância da médica, pois foi ela quem segurou meu nenen e desenrolou o cordão do pescocinho dele. Tudo o que pedi a Deus foi que colocasse as pessoas certas no nosso caminho naquele dia.

E assim foi mais uma história emocionante na minha vida, inesquecível e surreal. (pra mim, um parto sempre vai ser algo surreal kkkkkkk)